De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários da Região Metropolitana de Salvador, Alagoinhas e Paulo Afonso (Sindmetro), a decisão foi tomada devido à falta de infraestrutura adequada para manter a frota. O presidente do Sindmetro, Mário Cleber, criticou o Governo do Estado pelo baixo investimento, ressaltando que apenas 19 ônibus elétricos foram adquiridos para atender toda a Bahia, enquanto novas rotas foram criadas sem aumento proporcional da frota. “Foram criados mais quatro linhas e, para isso, deslocaram ônibus de outras linhas, deixando cada uma com apenas dois veículos. O que antes demorava 30 minutos, agora leva até 3 horas para passar”, explicou Cleber.
O cancelamento dessas linhas, inauguradas há menos de dois meses em 20 de setembro, reforçou o sentimento de insatisfação em Simões Filho, onde os moradores já questionavam a durabilidade e a seriedade das ações dos recentes governo. Muitos veem os lançamentos de serviços como as novas rotas de ônibus e a "Feira da Saúde" — realizada recentemente na cidade — como iniciativas de caráter eleitoreiro, destinadas a apoiar a candidatura de um aliado do governo estadual nas próximas eleições para prefeito de Simões Filho. O cancelamento das linhas de ônibus, para esses cidadãos, reforça a suspeita de que as ações poderiam não ter sido planejadas para o longo prazo.
“Desde o início ficamos com o recebimento de que foi apenas uma estratégia de campanha, e agora estamos vendo que, infelizmente, parece ser isso mesmo. Será que a Feira da Saúde também vai ser suspensa?”, questionou um morador da cidade. Para muitos, o cancelamento do transporte representa um retrocesso e não deixa ar uma preocupação com a continuidade de outros serviços promovidos pela administração estadual.
Sem previsão para o retorno dos ônibus elétricos, a população da RMS se encontra agora em uma situação de incerteza em relação ao transporte público e cobra um posicionamento do governo sobre o futuro das linhas e demais projetos lançados recentemente.