As escolas da Rede Pública Estadual promovem a Semana Escolar de Combate à Violência Contra a Mulher. A ação, uma iniciativa da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), busca fomentar uma cultura de igualdade de gênero, sensibilizando estudantes, em especial os do sexo masculino, sobre as diversas formas de violência e discriminação.

No Centro Estadual de Tempo Integral (Ceti) Professor Raldir Cavalcante Bastos, no bairro Renascença, em Teresina, alunos e professores mergulham em atividades pedagógicas, como palestras e rodas de conversas, sobre o tema. A professora de Língua Portuguesa e uma das facilitadoras dos espaços de discussão, Ledinalva Bernardino acredita que a instituição da semana passa a ser referencial de conduta para a escola.

“A semana de enfrentamento e combate às violências contra a mulher tem sido um referencial para a nossa escola. Tanto dentro do compromisso pedagógico de despertar nos nossos estudantes um repertório sociocultural e ampliar a linguística, como também de quebra de alguns ensinamentos ou culturas que se excedem. Assim, a escola cumpre seu papel de formar e conscientizar, preparando os estudantes para a vida”, explica.

Além das atividades realizadas pelos professores de cada escola, os alunos têm acesso também a conteúdos disponibilizados por especialistas sobre aspectos sensíveis do tema, como a importância da educação na autonomia das mulheres (Dra. Flávia Gomes), formas de denúncia e acolhimento (Dra. Nathalia Figueiredo) e o papel dos homens na luta contra a violência de gênero (Dra. Lucyane).

O ambiente escolar como espaço de acolhimento

Para Mariana Rocha, estudante da 3ª série do Ensino Médio, ações como a Semana Escolar de Combate à Violência contra a Mulher criam espaços de acolhimento para vítimas de violência de gênero que, por vezes, não encontram respaldo no ambiente familiar.

“Muitas vezes as mulheres que sofrem violência não têm esse acolhimento em casa, então a escola, por sua vez, tem o dever de acolher e preservar essas pessoas. Existem muitos tipos de violência contra a mulher e, por vezes, esse dano não se restringe ao físico. A escola tem esse papel de ajudar as mulheres que não têm esse suporte em casa”, disse.

Público masculino como alvo da ação

A conscientização do público masculino sobre o tema é um dos principais objetivos da Semana. Estudante da 3ª série do Ensino Médio, Luís Henrique dos Santos reconhece a importância de levar a discussão para a sala de aula. “Como homem, a gente tem que desconstruir essa cultura de machismo e ações como essas, de conscientização, são de suma importância para quebrar esses estigmas que são passados de geração a geração”, avalia o jovem.

Para o secretário de Estado da Educação, Washington Bandeira, a educação deve ir além do ensino acadêmico, abraçando também a formação socioemocional e cidadã dos alunos. “No Piauí a educação é integral e isso inclui ensinar aos nossos jovens sobre respeito às mulheres, não-violência, não-discriminação, antimachismo, igualdade de gênero e empoderamento feminino. Assim estamos formando verdadeiros cidadãos e cidadãs e construindo uma sociedade mais justa e igualitária”, ressaltou.

Trabalho conjunto

A Semana Escolar acontece em parceria com o Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI), o Ministério Público, a Polícia Civil, a Secretaria das Mulheres e a Coordenadoria de Juventude do Estado.

As atividades programadas para a Semana Escolar de Combate à Violência contra a Mulher seguem até esta sexta-feira (21) e culminam com a entrega de produtos desenvolvidos pelos estudantes de cada escola, após a realização de debates e atividades pedagógicas.

A ação ocorre em concordância com a Lei 14.164/2021, que tornou obrigatória a realização da Semana Escolar de Combate à Violência contra a Mulher em todo o país, reconhecendo o papel essencial da escola como ambiente multiplicador de agentes capazes de combater e prevenir a violência de gênero.