O montante, segundo o governo estadual, será aplicado em infraestrutura e mobilidade urbana em diversas regiões da Bahia. No entanto, críticos do governo apontam para um endividamento crescente e pouco transparente, com impacto direto nas finanças do estado a médio e longo prazo.
“Esse é mais um cheque em branco que o governo quer assinar com o futuro da Bahia. O problema não é pegar empréstimo, mas sim a falta de clareza sobre onde e como esse dinheiro será realmente investido”, disse um parlamentar da oposição, que preferiu não se identificar.
A situação se agrava com a aprovação do regime de urgência para outros dois pedidos de empréstimo, que somam nada menos que R$4,5 bilhões. A votação dessas propostas está prevista para ocorrer já na próxima segunda-feira, 13 de maio, levantando preocupações sobre a celeridade com que a base governista tem aprovado projetos de alto impacto fiscal sem o devido debate público.
“O governador está empilhando dívidas. A pergunta que precisa ser feita é: quem vai pagar essa conta lá na frente?”, questionou o deputado estadual Leandro de Jesus (PL), um dos mais veementes críticos das medidas.
Por outro lado, a base aliada do governo minimiza as críticas e afirma que os empréstimos são "instrumentos legítimos de investimento", necessários para alavancar obras estruturantes e compensar a falta de repasses federais mais robustos.
A manobra, no entanto, reacende a polêmica sobre o limite entre investimento estratégico e irresponsabilidade fiscal, especialmente em um estado que já enfrenta gargalos históricos na saúde, educação e segurança pública.
A população, por sua vez, acompanha à distância, sem acesso detalhado ao plano de aplicação dos recursos. Para muitos baianos, os investimentos ainda não se refletem em melhorias concretas no dia a dia, o que alimenta o sentimento de desconfiança em relação à eficácia dos empréstimos bilionários.
Com mais uma votação decisiva marcada para a próxima semana, cresce a tensão nos bastidores da Alba. A oposição promete obstrução e denúncias de falta de transparência, enquanto o governo corre contra o tempo para garantir a aprovação das cifras bilionárias. A pergunta que fica é: qual será o preço real dessa chuva de empréstimos no futuro da Bahia?