“A preocupação do ministro Rui é super legítima: evitar que aposentados e pensionistas fossem lesados. Mas todo mundo sabia do problema e que a CGU estava fazendo auditoria. A informação de que as pessoas não sabiam não procede. O ministro Rui sabe disso”, declarou Carvalho.
Segundo ele, reuniões foram realizadas com representantes da Previdência, incluindo secretários da pasta, e o Tribunal de Contas da União (TCU) já havia tomado decisões sobre o tema. A CGU conduziu a investigação em menos de um ano, prazo considerado razoável, de acordo com o ministro.
Carvalho também destacou que os acordos de cooperação técnica com entidades suspeitas foram firmados entre 2021 e 2022, durante o governo Bolsonaro. Os descontos indevidos começaram a se intensificar em 2023, já na atual gestão.
Ao ser questionado sobre possíveis omissões, o ministro negou que a CGU tenha sido seletiva nas apurações. “Não há seletividade. Todas as entidades que tiverem fraudado os descontos ou praticado algum ato de corrupção serão responsabilizadas”, afirmou, referindo-se à ausência inicial de entidades como a Conafer e a Contag nos pedidos de bloqueio de recursos.
O titular da CGU ainda sugeriu mudanças no sistema de descontos em folha para aposentados e pensionistas, inclusive a possível interrupção do modelo atual. “A conclusão do relatório da CGU é que o mais viável seria interromper os descontos. Mas essa é uma decisão política, que envolve inclusive o Congresso Nacional”, declarou.
Carvalho afirmou que a atuação da CGU segue orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que determinou tolerância zero com fraudes, desvios e corrupção.