Tourinho explicou que a retirada das linhas foi determinada em razão de um contrato firmado anteriormente, com foco na integração ao metrô. "O programa que foi firmado lá atrás e esse contrato de programa diz o seguinte: uma linha de ônibus não pode passar em duas estações de metrô e traz a questão da integração. Esse contrato de programa trouxe realmente isso. Quando foi feito o contrato de programa e depois, quando o metrô veio, realmente a pressão para a retirada das linhas foi do Estado. Por quê? Porque o Estado precisa alimentar o metrô", afirmou.
A promotora detalhou que o próprio Estado insistiu no cumprimento do contrato, o que resultou no corte das linhas de ônibus. "Então houve essa questão. O que o Estado estava querendo? Que cumprisse um contrato que o município também assumiu, entendeu? O município assinou aquele contrato. Não sei se foi na época da gestão passada, enfim, mas o contrato foi assinado. Aí o Estado senta na mesa e diz: 'Não, tem esse contrato, eu quero que cumpra, tem que ter o corte das linhas.' Então, houve realmente esse movimento de corte de linhas, muito estimulado pelo próprio Estado, porque o sistema hoje não é mais ônibus e metrô; hoje é um sistema integrado."
Rita Tourinho também enfatizou que a integração entre os transportes exige um novo formato para o sistema de mobilidade. "Esse novo sistema que foi criado, diga-se de passagem, repito, com o Estado da Bahia, município de Salvador e município de Lauro de Freitas, tem que funcionar em conjunto. Então, você tem que obrigatoriamente integrar com o metrô. Precisa ter todo o sistema voltado para o metrô. O sistema foi desenhado para alimentar o metrô. Isso precisou de cortes de linha. Quando o prefeito diz que, nas mesas de negociações, o Estado chegava lá com o contrato de programa e dizia: 'Olha, eu quero que cumpra isso aqui, tem que tirar as linhas como está aqui', isso de fato corresponde ao que aconteceu."
A fala da promotora reforça a pressão exercida sobre os municípios para se adequarem ao modelo de transporte integrado com o metrô, que tem causado mudanças significativas e impactantes no transporte público da RMS, incluindo Simões Filho.